Desªtino! pt.1

Conheci essa danada numa festa que eu nem queria ir…
Acredita? – Não?! Nem eu…
Mas sei que aconteceu.

Eu sou perrequeiro de nascimento, então já comecei a “amizade” chamando a atenção.
Do jeito errado. Claro!

Ela toda se achando… e eu nem tava notando.
Eu sou consciente do meu lugar.
Pobre, feio e pardo.
Barbudo, bêbado do cabelo zuado.
Do tipo que preferia estar no baile e não naquele lugar cheio de pobre premium, todo arrumado.
Resumo: Mendigo Style…

As amigas dela, são minhas conhecidas.
Umas mina aí que eu não faço questão nem de lembrar o nome e chamo de ‘colega’ mesmo.
Os manos que estão comigo que chamaram elas pra cá, me senti incomodado desde o início…
mas nesse calor, é dancinha de acasalamento de boy arrombado.
O clima tá propício.

Veio toda sensualizando no beat que tava tocando, sentou bem do meu lado e pediu pra ser zuada.
Toda maquiada, se achando “a princesa”, com aquela cara engessada.
Primeira coisa que me pergunta, puxando assunto é:
– Você me acha bonita?
Ha! Ha! Ha! Ha! Ha! Ha! Ha! Coitada!

– Sei lá! Por que? – respondo, seco.

A colega que tava sentada na minha frente, ‘taca as teta na mesa‘ e “assume o leme”.
Já fofocou Contou que ela pediu pra ficar com um mano na porta, há nem cinco minutos atrás e foi recusada.
Acho que a auto-estima dela foi abalada.
Pior viagem perguntar isso pra mim.
Justo pra mim,
que odeio palhaço
e ela “A Cara”
do Patatá. Ha! Ha! Ha!

Entandam uma coisa, caros leitores.
Eu não tenho papas na lingua
nem economizo na esculachada.
Não tenho tempo nem paciência
pra lidar com carência.
O tipo de louco, “poupa a bala” que nem esse tipo aí?!
Não tem medo de nada.

Realmente, coitada!

– Então, pediu minha opinião. – Já cortando a colega à frente.
– Não tenho como te dizer, afinal, não to te vendo. Você me pergunta isso com a cara toda pintada.

– Agora você deve estar me achando um idiota,
mas ou você é “feia pra caralho” ou ta devendo pra agiota.

– Nossa! – fazendo cara de espantada com a resposta.
– Nossa nada, sua… ‘cê tá’ nessa?!
Limpa a cara que eu te falo… olha as conversa.
E ‘a cara do deboche’ no talo, claro!

Soul funk tocando ao fundo.
A cara da revolta.
Pega a bolsa, levanta toda afobada.
Com cara de raiva.
Vira do nada e fala:
– Se vc me achar bonita, vai me pagar uma bebida. – e saiu. Pisando duro… em marcha.
Essa é da pá-virada. – Acho que gostei.

Acho que vou pedir outra água. – penso alto!
Chamo o garçom, que demora, claro,
tá ocupado com os bico da mesa ao lado.
Sem contar que eu vou pedir outra garrafa de água. ‘Os bico’, um combo de whisky importado.
Prioridades, entendo…
Ele trampa comissionado.

Tanta conversa fútil… – onde foi que eu vim parar? Um vulto passou, apressado, e sentou ao meu lado. - Quem é essa? – pasmo.

– Vai querer o que senhor? – Garçon, já desanimado, imaginando que ia ser, só outra água.

Criticas? Desce o verbo...

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